sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Lula descarta voltar a disputar Presidência do Brasil em 2014


Na véspera de participar do 4.° Congresso Nacional do PT, que amanhã (20)sacramentará a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sua sucessão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou que se eleita, deverá ficar dois mandatos no cargo. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Lula negou que tenha escolhido Dilma com planos de voltar ao poder lá na frente, disputando as eleições de 2014.

Perguntado se ele pensa em retornar à Presidência em 2014, Lula respondeu que não:

- Não penso. Quem foi eleito presidente tem o direito legítimo de ser candidato à reeleição. Ponto pacífico. Essa é a prioridade número 1 [...] Ninguém aceita ser vaca de presépio e muito menos eu iria escolher uma pessoa para ser vaca de presépio [...] Todo político que tentou eleger alguém manipulado quebrou a cara.

Uma eventual gestão Dilma, no seu diagnóstico, não será mais à esquerda do que seu governo. No entanto, ele admite que, no governo, ela vai imprimir "o ritmo dela, o estilo dela". Porém, na sua avaliação, diretrizes do programa de governo de Dilma, que o PT aprovará hoje, podem conter um tom mais teórico do que prático:

- Não há nenhum crime ou equívoco no fato de um partido ter um programa mais progressista do que o governo [...] O partido, muitas vezes, defende princípios e coisas que o governo não pode defender."

Questionado se concorda com a ampliação do papel do Estado na economia, proposta na plataforma de Dilma, Lula destacou a importância de investimentos estratégicos por parte do Estado:

- Quero criar uma megaempresa de energia no País [...] Quero empresa que seja multinacional, que tenha capacidade de assumir empréstimos lá fora, de fazer obras lá fora e fazer aqui dentro. Se a gente não tiver uma empresa que tenha cacife de dizer "se vocês [empresas privadas] não forem, eu vou", a gente fica refém das manipulações das poucas empresas que querem disputar o mercado.

Sobre a escolha do vice de Dilma, em que o nome do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), aparece como favorito, Lula afirmou que a decisão é "uma questão a ser tratada entre o PT, a Dilma e o PMDB".

- Imaginar que Dilma possa subir em dois palanques é impossível [...] O que vai acontecer é que em alguns Estados ela não vai poder ir.

Segundo Lula, Dilma não vai sentir sua falta como cabo eleitoral quando deixar o governo, em março. Mas diss eque estará "espiritualmente com ela".

(Folha do Brasil)

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