terça-feira, 16 de março de 2010

África do Sul 2010: Investimentos para driblar a desconfiança


Quando a Fifa anunciou a África do Sul como sede do primeiro Mundial de futebol no continente africano, a comunidade internacional reagiu com um misto de esperança e desconfiança. Os anfitriões, por sua vez, começaram a trabalhar para afastar as dúvidas a respeito de sua capacidade de organizar o evento. Mais que uma oportunidade de melhorar sua imagem perante o mundo, a competição servirá para alavancar negócios e, assim como no Brasil, melhorar a infraestrutura nacional.

Para isso, o país investiu muito dinheiro: estima-se que, entre 2006 e 2010, os gastos tenham chegado perto dos US$ 60 bilhões. Os investimentos foram direcionados aos setores mais carentes, como energia, transporte, comunicações, portos e aeroportos, não se limitando, portanto, às instalações exclusivas do Mundial. Em breve, todos saberão se o esforço compensou.

Negócios e turismo
Os organizadores locais esperam receber cerca de 3 milhões de turistas durante a competição e manter essa atratividade no restante do ano, com a meta de somar 10 milhões de visitantes ao final de 2010. Com isso, o potencial de negócios é visto como um dos principais legados do Mundial ao país, que trabalha para reduzir a informalidade e consolidar seu ambiente empresarial.

Para dar suporte aos novos empreendedores, o governo sul-africano criou agências de apoio e aconselhamento a fim de identificar nichos e oportunidades. Dentre os setores que mais devem lucrar com o evento estão a hotelaria, serviços de saúde, agências de turismo, seguros, gerenciamento de eventos, lazer e cultura.

Estádios
Das dez arenas que receberão jogos do Mundial 2010, quatro foram construídas especialmente para a competição: African Renaissance Stadium, na Cidade do Cabo, o Moses Mabhida Stadium, em Durban, o Mbombela Stadium, em Nelspruit, e o Nelson Mandela Bay Stadium, em Port Elizabeth. Os outros seis estádios foram reformados, sendo que o Soccer Stadium, em Joanesburgo, foi parcialmente demolido e teve sua capacidade aumentada para 94.700 torcedores, tornando-se o maior da África.

Transportes
Assim como está planejado para a maior parte das cidades-sede brasileiras, a África do Sul investiu em corredores expressos para ônibus (BRT – Bus Rapid Transit), batizado localmente de Rea Vaya. Veículos articulados de 18 metros de comprimento prometem cruzar Joanesburgo por vias que somam 148 quilômetros de extensão. Um projeto similar também está sendo desenvolvido na Cidade do Cabo.

Outro projeto ambicioso é o trem Gautrain, que pretende desafogar o trânsito na região de Joanesburgo, fazendo a ligação com Pretória, ao norte, e o aeroporto internacional Tambo, ao leste. O sistema conta com cinco estações para distribuir os passageiros na cidade: Park Station, Rosebank, Sandton, Marlboro e Midrand.

Hotelaria
Para garantir que as opções de hospedagem sejam suficientes para receber os visitantes, o comitê organizador local conta com a ajuda da Match AG, empresa designada pela Fifa para certificar a qualidade das acomodações. E, pela primeira vez na história dos Mundiais, o país-sede terá opções “não-hoteleiras” de hospedagem, como parques nacionais, bed and breakfasts, lodges e casas de hóspedes, ampliando assim a oferta de quartos e as oportunidades para os pequenos empreendimentos do setor.

(Terra)

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