sexta-feira, 19 de março de 2010
Acesso a saneamento tira 5 mil da favelização no Brasil, diz ONU
O acesso ao saneamento básico tirou mais de 5 milhões de brasileiros da condição de favelização nos últimos 10 anos, apesar de o País ter ficado abaixo da média de redução de pessoas favelizadas na América Latina, segundo dados da agência das Nações Unidas para assentamentos humanos (ONU-Habitat) divulgados nesta segunda-feira durante cerimônia de lançamento de relatório no Rio de Janeiro.
A agência informou que o número de brasileiros nas favelas diminuiu 16% - de 31,5% para 26,4% da população -, ante uma média na região de 19,5%.
Segundo o mexicano Eduardo Lopez-Moreno, um dos autores e coordenadores do relatório da ONU-Habitat "Estado das Cidades do Mundo 2010/2011: Unindo o Urbano Dividido", o acesso ao saneamento básico foi responsável pela saída "por cerca de metade" dos 10,4 milhões de pessoas das condições de favelização no País entre 2000 e 2010.
"No caso brasileiro, o principal fator foi sobretudo saneamento básico, e sobretudo no Nordeste, onde aconteceram os avanços mais significativos", disse Lopez-Moreno após a cerimônia no Rio, onde acontece na próxima semana o Fórum Urbano Mundial 5.
Segundo a ONU, os 10,4 milhões de brasileiros que passaram a ter acesso a esses cinco itens e deixaram de viver em condição de favelização continuaram morando em favelas, mas os serviços fornecidos nesses locais melhoraram.
Cidades desiguais
O relatório também apontou que cinco cidades brasileiras - Goiânia, Fortaleza, Belo Horizonte e Curitiba - estão entre as mais desiguais do mundo, atrás apenas de cidades sul-africanas num ranking mundial.
As cidades brasileiras aparecem logo atrás de Johanesburgo e outras sete cidades da África do Sul na lista de desigualdades com base na renda das famílias, o que está diretamente relacionado com a violência urbana, segundo a ONU.
(Reuters)
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