segunda-feira, 21 de junho de 2010

Brasil vence Costa do Marfim com futebol arte e competitivo: 3 a 1




Os apressados estão sempre repetindo que a Seleção Brasileira, apesar dos títulos e vitórias que tem colecionado desde agosto de 2006, pratica um futebol sem criatividade, que não representa o legítimo futebol brasileiro.

Como se o técnico Dunga, fiel ao futebol somente de resultados, escalasse e armasse a equipe para ser apenas competitiva e no final vencer, mesmo que isso custasse inibir o talento de nossos jogadores.

Não é assim. Muito ao contrário. Quem convive no dia-a- dia dos treinos, sabe que Dunga estimula, e muito, os jogadores a exercitarem a sua criatividade, que sejam ousados dentro de campo e tentem os dribles sempre que julgar necessário. O que ele prega, sem trégua, é que, para que isso possa ser exibido na prática, é preciso que o time tenha a posse da bola – daí a obstinação com que os jogadores do Brasil se entregam à marcação e à disputa dos lances.

Tudo isso que Dunga pede para o time fazer aconteceu na vitória categórica de 3 a 1 sobre Costa do Marfim neste domingo no Soccer City, o cenário que será também o do jogo final da Copa 2010.

Lucio anulou Drogba e mostrou a raça que o caracteriza. Juan, a classe de sempre. Maicon foi vigor e poder ofensivo novamente reunidos. Felipe Melo e Gilberto Silva, também ao contrário do que se apregoa, tentaram, e com sucesso, os lançamentos longos e objetivos.

Mas o melhor mesmo, o do autêntico futebol brasileiro, estava reservado para o artilheiro que há algum tempo não marcava. Luís Fabiano não só marcou, dois, como o fez em alto estilo. No primeiro, com o chute certeiro que só os grandes finalizadores sabem fazer. O segundo, uma obra-prima. Sem exagero, para os que pensavam que nunca mais na vida veriam um gol a la Pelé em Copas do Mundo, dando lençol dentro da área, Luís Fabiano mostrou que a história pode, sim, se repetir.
Foram três, de cobertura, bola colada aos pés e bem dominada, até o chute final, indefensável – gol de Copa do Mundo!

Teve também o bonito gol de Elano, nascido do espírito coletivo, com troca de passes até a bela jogada de Kaká, a clássica, de linha de fundo e cruzamento preciso – Elano desviou com toque sutil e marcou o seu segundo gol na Copa do Mundo.

Nem o gol de Drogba e os erros grosseiros do juiz, que custaram a expulsão de Kaká, foram capazes de apagar o brilho da vitória brasileira. Que se concretizou com os 3 a 1 no placar e deixou a Seleção classificada antecipadamente para as oitavas-de-final. O jogo da próxima sexta-feira contra Portugal vale o primeiro lugar no grupo.
O Brasil jogou com Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan, Michel Bastos, Felipe Melo, Gilberto Silva, Elano (Daniel Alves, aos 67), Kaká (expulso, aos 89), Robinho (Ramires, aos 92) e Luis Fabiano.
Técnico: Dunga

A Costa do Marfim jogou com Barry Boubacar Copa, Guy Demel, Kolo Habib Touré, Didier Zokora, Siaka Tiéné, Emmanuel Eboué, Yaya Touré, Cheick Tioté, Aruna Dindane, Didier Drogba (C), Salomon Kalou
Técnico: Sven-Göran Eriksson

Gols: Luis Fabiano, aos 25 e aos 51; Elano, aos 62; Drogba aos 78.

Árbitro: Stephane Lannoy (França)
Auxiliares: Eric Dansault (França) e Laurent Ugo (França)

(CBF)

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